quarta-feira, 1 de novembro de 2023

O Botafogo será campeão


Um time campeão também se constrói nas derrotas. 

Naquelas mais doídas como a de hoje. 

Nas derrotas inesperadas. 

Quando se joga bem e se perde. 

Quando o time desliga.

Mesmo as derrotas retumbantes forjam os campeões. 

Mesmo nos dias em que se é superado com larga margem, há aprendizado, superação.

Nas ditas derrotas acachapantes. Inacreditáveis.

Por isso a certeza, hoje foi o jogo do título. 

Em todos os tipos de derrotas há de se buscar entender o que aconteceu. 

Qual o motivo? Estratégia? Tática? Rendimento físico? Uma surpresa que o treinador adversário preparou? Arbitragem? O maldito VAR? 

A partir dessa compreensão busca-se melhorar. 

Mas hoje não! Hoje não será isso que todo botafoguense deve buscar. Nem os torcedores, tampouco os atletas. 

Às favas com a compreensão. 

Esqueçam a lógica linear, cartesiana, dos idiotas da obviedade. 

Hoje não é isso que importa. 

Não amigo botafoguense. A lógica hoje está no coração e nas mentes.

Esse foi o jogo do título lhes digo. 

A decisão que se perdeu para decidir o título a favor de vocês. 

Quem joga o melhor futebol do ano naquele primeiro tempo mágico sabe do que eu estou falando. 

O grupo vai se fechar ainda mais. 

Vai decidir de uma vez por todas que chegou a hora. 

O grupo está preparado para mais essa dificuldade. Vai superá-la.

Quem já passou por demissão de treinador, por lesão de joelho do melhor jogador do campeonato, dentre tantas outras dificuldades, há de entender que chegou a hora!

É na força mental, na união, no espírito coletivo, na vontade de ganhar com raça e a cabeça no lugar.  

É nessa força interior onde está o segredo. E não mais em nenhum lugar. 

Não olhem pra fora! 

Não escutem a ninguém!

Não cedam aos abutres de plantão nem um milímetro.  

Escutem aquela força vital que está nesse momento em cada um de vocês lhes dizendo. É nosso! É nosso! 

Eu estava lá no Maraca cerrando fileiras com vocês em 95 após ver meu tricolor ser eliminado e tenho aquele mesmo sentimento que presenciei na arquibancada alvinegra. 

Estava escrito! E está escrito de novo!

Aquele Botafogo ganhou com o brilhantismo da primeira metade desse campeonato aqueles jogos finais. 

Mas o atual Botafogo desse segundo turno conturbado também está talhado para a vitória.

Para a vitória com a cara do Botafogo. 

Uma vitória que honra a tradição e a história do clube. 

Que escreve certo, pelas pernas tortas. 

A esse campeonato brilhante do Botafogo faltava apenas uma derrota como essa para ser superada.

Ela ainda não tinha vindo e, para os deuses do futebol, era necessária. 

Agora não falta mais nada. 

Permitam-me, a derrota de hoje é aquele flu 2 x 3 atlético de 2012 no qual após a DERROTA do campeonato, o Deco fala, ainda na saída de campo: “nós perdemos hoje, mas seremos campeões”. 

É esse o espírito! 

A taça será sua Botafogo. A taça é sua!

Permaneça de pé. Sem titubear. Firme!

A agarre com força e determinação. 

Hoje, eu digo…

… não pela presunção dos parvos e incautos….

… tampouco por ignorar os desafios que causam esse olhar de incredulidade diante do espetáculo emocionante que o futebol nos proporciona… 

… mas tão somente por ver que chegou a hora de acreditar, acreditar muito. Mais do que nunca! 

Por isso, amigo botafoguense, eu digo: O Botafogo será campeão!


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Autor: Bruno Plattek, tricolor e admirador inveterado do futebol. 

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Loco Abreu, um ídolo botafoguense, admirado por todos.

 Hoje li a notícia que Loco Abreu entrará na calçada da fama do Maracanã. Um reconhecimento mais do que justo para esse gigante carismático que passou pelos campos brasileiros.

Goleador, se posicionava bem em campo, sabia jogar com a bola e sem ela, organizava o time, era o capitão independentemente de estar ou não com a faixa no braço. Loco era um jogador daqueles que elevava a moral de toda a sua equipe, seus torcedores iam ao estádio para vê-lo, sua torcida gritava mais alto porque ele estava em campo. 

Mas Loco Abreu ia muito além disso, inspirava respeito nos seus adversários, as outras torcidas o admiravam. Como não se encantar com aquele pênalti batido de cavadinha na final contra o flamengo? Batida de Zidane? Não, de Loco Abreu mesmo! Como não se lembrar daquela comemoração, perdoem-me as palavras, “com los cojones?”. Um ótimo jogador e um craque do carisma e da moral.

Contra o meu tricolor, certa vez perdeu um pênalti batido de cavadinha. Acham que ele se abateu? Nunca! Loco tinha caráter, é corajoso. Ao ter um segundo pênalti marcado para o Botafogo, suspense no estádio, daqueles que param o tempo, “será que ele irá bater de novo de cavadinha?” se perguntavam todos, certamente sem refletir sobre a própria pergunta, pois em se tratando do Loco a resposta era mais do que óbvia: sim! claro! Loco bate de novo, de cavadinha, seguro de que ia marcar. Gol! Festa! Loco era assim, produzia e reproduzia lances que ambas as torcidas comentavam após os jogos, que nos fazem amar esse esporte e que se perpetuam no folclore do futebol.  

As memórias são muitas e boas. Certa vez, com um Botafogo goleado em campo, a repórter aborda um Loco cansado, até de certo modo abatido pelo resultado e o pergunta: “Loco, como explicar essa tragédia em campo?”. Loco, pego de surpresa pelo uso de termo tão forte responde, com toda a dignidade do mundo e com a humanidade que é costumeira aos hermanos uruguaios: “Tragédia!? Não. Perdemos. Isso aqui é uma partida de futebol, às vezes se perde, se joga mal, é ruim, mas tragédia é quando perdemos um ente próximo, quando ocorre algo ruim às pessoas. O esporte é alegria!”. Simples, direto, humano, um desportista na melhor acepção da palavra. Deleite para os ouvidos e para a alma.  

Outra história maravilhosa que já ouvi, mas que nunca pude confirmar, é sobre o seu papel de colunista no Uruguay à época em que jogava por lá. Me contaram que Loco escrevia colunas avaliando sua própria atuação em campo: “Hoje joguei bem, dei passes, fiz gols!”, “Hoje a derrota foi inevitável, tive uma atuação ruim, podia ter tocado a bola daquela forma”. Essas palavras ditas por qualquer outro poderiam parecer presunção, marra, gerariam comentários críticos dos demais jogadores, jornalistas, técnicos, mas para o Loco não. Loco tinha, por natureza, a liberdade poética dos melhores escritores, dos craques botafoguenses, dos garrinchas que jogam com as pernas tortas. Reunia toda a complexidade do ser humano e as apresentava como espetáculo ao público. 

Que bem que ele fez ao futebol mundial e que prazer tê-lo visto ao vivo por aqui. O ídolo verdadeiro é aquele que transcende o futebol jogado em campo, é amado por seus torcedores e admirado pelos adversários. Seja bem-vindo Loco Abreu ao panteão dos grandes craques que habitam “o Maior do Mundo!”, com você a calçada da fama do Maraca fica ainda maior!

quinta-feira, 7 de março de 2013

Na Contra Fênix

Depois da tempestade... Há de se ter boas inspirações, pois só assim a resenha está garantida. Criatividade à flor da pele. Seguindo um lema conhecido, aqui a noticia virá em segundo lugar. O que importa é a desopinião, a visão holistica e o conceito abrangente, lúdico, artístico, tudo ali, guerras, tramas, confusões, todas as contradições humanas retratadas na disputa de 11 contra 11. Um senso rodriguiano, explicito e inerente. Uma visão diferente, onde, de repente, tudo faz sentido, entende-se por um outro angulo, e como nao, por aquele em que sempre nos perguntamos, "como nao tínhamos pensado nisso antes!". É e será assim... Aquela sensação de alegria, alivio e de sentido na vida. Emoção q conforta, afaga a alma. O na contra tergiversou, perambulou, mas sempre volta às origens, sem perder a beleza das novas qualidades... MC / BP

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Sr. Almeida

O nome do blog fala por si só neste 04/05/2011, histórico para o futebol. Nada melhor do que despertá-lo das trevas numa madrugada sombria e deliciosa ao mesmo tempo. Diria Nelson Rodrigues que a fatídica noite para o futebol brasileiro fora obra do Sobrenatural de Almeida. E quem hai de contestá-lo? Ele estaria certíssimo. Foi, de fato, obra do acaso, do inacreditável futebol clube, de tudo o que há de mais bizarro no mundo da bola. Milhares de brasileiros ficaram atônitos, de queixo caído, pasmos nos estádios ou na frente da televisão. E eu vos digo, que grande noite! Antes de ser apedrejado por tricolores cariocas, gaúchos, colorados e cruzeirenses, eu explico. O que ficou hoje foi a beleza do jogo. Em que outro esporte pode acontecer uma zebra coletiva como esta? Por mais difícil que seja, esqueçam o resultado, exaltem o futebol. É por isso que nós o amamos. Por que nos faz chorar, como hoje, e rir, também como hoje, para os secadores de plantão...
Quem poderia imaginar? Quem apostaria em um drama como este? É na resposta que está a graça do nosso esporte bretão... Ninguém! E deu no que deu.

E o roteiro macabro começou cheio de ironias. O primeiro a cair foi o Internacional, em Porto Alegre. Com pouco mais de um minuto de bola rolando, 1 x 0 e festa vermelha nas arquibancadas. Mas da empolgação nos degraus de cimento do Beira-Rio, percebi o primeiro sinal de que algo extraordinário estava para acontecer. Pelo menos ali, naquele jogo em que eu acompanhava, com Milton Leite queimando a língua desdenhando do Peñarol e de sua barulhenta e animada torcida que cantava sem cessar. Talvez eles, de amarelo e preto, soubessem o que estava por vir. Em 15 segundos do segundo tempo veio o empate com um golaço. Em cinco minutos a virada, e o começo do fim para o Inter. E assim caiu o atual campeão da libertadores, diante de sua torcida, quando um simples 0 x 0 lhe era suficiente. Era apenas o começo do efeito dominó.

No Chile, os corajosos torcedores gremistas comemoraram o fiasco do rival parecendo saber que não teriam muito mais o que celebrar. E o Imortal caiu, como já se esperava. Derrota de 1 x 0 para o Universidad Católica do Chile. E grenal só na final do campeonato gaúcho mesmo...

Por falar em Tricolor e imortal, um certo time de guerreiros vem a mente. Desde o milagre que foi escapar do rebaixamento em 2009, e a histórica classificação na fase de grupos, a torcida do Fluminense se acostumou com o time contrariando a matemática e a lógica do futebol. E o clube de Nelson Rodrigues mais uma vez o fez. Só que desta vez, as avessas. Mesmo com a vantagem de poder perder por um gol de diferença, o Flu de Fred, literalmente diga-se de passagem, sucumbiu a covardia. Mesmo depois do frango de Berna, esperou o tempo passar e aos 40 do segundo tempo tomou um choque de realidade com o golaço de Samudio. Os 2 x 0 já eram suficientes para o Libertad, e sua pequena torcida ainda comemorava quando veio a estocada final. 3 x 0 e férias forçadas aos "guerreiros".

Para completar a noite do Sr. Almeidão, o Cruzeiro! Simplesmente o melhor time da fase de grupos, com sobras. O time que jogava o futebol mais vistoso, que vencia de muito, que venceu o Once Caldas na colombia por 2 x 1... Reparou a conjugação dos verbos? Passado... O presente são os mineiros eliminados em casa, diante de sua torcida. Uma derrota esdrúxula para um time igualmente esdrúxulo, com a pior campanha da primeira fase, e que já foi campeão da libertadores batendo São Paulo na semi e Boca Juniors na final, em 2004. É, não tem mais bobo no futebol sul-americano. A cotovelada do Cuca em Renteria não surpreende. Trata-se de um bom técnico, completamente desequilibrado e que desestabiliza todo o grupo com seu nervosismo. Mais um papelão do treinador.

Vai entender o futebol... Pois é, ninguém entende, ninguém explica. David vence Golias, a qualquer hora, qualquer dia. Surreal, digo, sobrenatural...

terça-feira, 28 de julho de 2009

Bem vindos!

Na Contramão do Óbvio, veja você...
No melhor estilo Titês, a origem do blog assim se fez
Fruto de quartas-feiras boleiras, criativas e sem estar de bobeira
Se tem futebol, lá estaremos nós, outra vez!
Com a licença da Jô, há cerveja, F1 e escargot
A vista é de dois irmãos, o mar é o pano de fundo e o gol...
O elo mais forte desta união
O ritual é simples e puro...
A bola rola, a mente viaja e não há jogo duro
Árbitros, técnicos, craques e pernas-de-pau, ninguém escapa!
Olhos atentos, língua afiada, o Mini Craque não deixa passar nada
Entre umas e outras, Jotinha não fica alheio
É um toque de classe, inversão de jogo, se está complicado pelo meio
Vez por outra, aparece um convidado
Não há registro de algum que não tenha saído contagiado
A placa dos acréscimos subiu, a peleja inicial vai acabar
Poesia no primeiro post...
Na Contramão do Óbvio está no ar!